Retomada da transmissão de energia da Venezuela para Roraima começa em novembro

Retomada da transmissão de energia da Venezuela para Roraima começa em novembro
Com retomada do abastecimento através de Guri, economia deve ser em torno de R$ 10 milhões ao mês – Foto: Corpoelec

Os primeiros testes de carga e transmissão de energia elétrica da Venezuela para Roraima devem começar em novembro, de acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME).

O anúncio da retomada do abastecimento através do país vizinho foi feito nesta terça (24), um dia depois do ministro Alexandre Silveira se reunir com o homólogo venezuelano Nestor Luis Reverol Torres.

Silveira viajou a Caracas na segunda (23) para acertar a negociação pela retomada da transmissão de energia, interrompida em 2019 ainda durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época, o governo venezuelano interrompeu o abastecimento após conflitos diplomáticos com o então mandatário.

Desde então, a energia elétrica de Roraima vem sendo gerada através de termelétricas, a um custo de mais de R$ 1 bilhão ao ano por conta do abastecimento de diesel, segundo o Fórum de Energias Renováveis de Roraima.

Com a retomada do abastecimento através da usina hidrelétrica de Guri, na Venezuela, a expectativa é economizar em torno de R$ 10 milhões ao mês.

“Foi uma reunião extremamente importante, em que pudemos avançar para garantir a segurança energética do Norte do Brasil, retomando a importação de energia limpa e renovável de Guri para Roraima, que é o único Estado brasileiro que não é ligado ao Sistema Interligado Nacional [SIN]. Vamos fazer isso seguindo todas as normas do ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico]”, disse Silveira.

Os dois ministros estabeleceram um grupo de trabalho que envolve, ainda, o ONS e a empresa responsável pelo setor elétrico da Venezuela. O grupo tem como missão acelerar as tratativas entre os dois países, avaliando procedimentos e requisitos técnicos, bem como acordos operacionais.

A retomada da importação de energia da Venezuela foi possibilitada por um decreto presidencial assinado em agosto, segundo o MME. Atualmente, o Brasil mantém intercâmbios internacionais de energia elétrica com a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, por meio da Usina Hidrelétrica Binacional Itaipu.

A importação de energia vai suprir o abastecimento de Roraima até, pelo menos, 2026, quando a linha de transmissão entre Manaus e Boa Vista deve ficar pronta para integrar o Estado ao SIN. A ordem de serviço do Linhão de Tucuruí foi assinada no começo de agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e terá 715 quilômetros de extensão.

O projeto está há mais de uma década em discussão e entraves jurídicos por causa das áreas que serão cortadas, predominantemente indígenas – como a reserva Waimiri-Atroari. A disputa terminou no ano passado com a assinatura de um acordo entre o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e os indígenas.

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Por Redação

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