Polícia apreende armas na casa da esposa de Telmário; mulher também é alvo de operação sobre assassinato

A Polícia Civil cumpriu nesta terça-feira (31) um mandado de busca e apreensão na casa da esposa de Telmário Mota, investigado como mandante do assassinato de Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos, mãe de uma filha do ex-senador. O crime ocorreu no fim de setembro.

Telmário estava foragido e acabou sendo preso na noite desta segunda-feira (30) na cidade de Nerópolis, Região Metropolitana de Goiânia.

As buscas na casa da médica Suzete Mota foram determinadas pela juíza da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Lana Leitão Martins, que mandou apreender telefones, documentos e anotações relacionados à morte de Antônia.

Até a publicação da matéria, os policiais apreenderam no imóvel, localizado no Centro de Boa Vista, uma espingarda e uma pistola.

Suzete Mota também é alvo da operação que investiga a morte da mãe da filha de Telmário Mota.

Executor

Também foi preso nesta segunda-feira Leandro Luz da Conceição, suspeito de matar Antônia Araújo de Sousa a mando de Telmário Mota. Ele foi detido no município de Caracaraí, ao Sul do Estado, onde também é investigado como participante do assassinato de uma empresária.

Vídeos de câmeras de segurança mostram o momento em que o suposto autor do crime chega ao local da execução numa moto, na garupa de um comparsa. Após efetuar o disparo, o homem corre em direção a motocicleta e deixa o local.

Morte de Antônia Araújo

No início da manhã de 29 de setembro, Antônia Araújo, servidora do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Yek’uana (Dsei-YY), desde 2017, foi morta com um tiro na cabeça quando saía de casa, no bairro Senador Hélio Campos, zona oeste de Boa Vista.

Antônia estava dentro de um carro com um parente quando dois homens em uma moto chegaram e atiraram. Ela morreu no local.

Acusação de estupro

Em agosto de 2022, a filha de Telmário Mota e Antônia Araújo, com 17 anos na época, registrou um boletim de ocorrência contra o pai.

A garota afirmou que Telmário a assediou, tocou em suas partes íntimas e tentou arrancar as roupas dela, no Dia dos Pais, depois de ter sido forçada a entrar em um carro e tomar bebidas alcoólicas.

Na época, Telmário negou as acusações e afirmou se tratar de perseguição política.

Em 19 de outubro, Mota chegou a gravar um vídeo em que comentava rumores da operação de que ele seria alvo. Ele nega qualquer envolvimento com a morte de Antônia e alega perseguição política.

“Se querem colocar no meu colo o crime da Antônia, uma senhora com que tive uma relação há mais de 18 anos, isso não vai acontecer. Eu não matei a Antônia, não mandei matar, não sei quem matou e não sei se alguém mandou matar. Cabe à polícia descobrir. A nossa Polícia Civil tem excelente quadro humano, porém está desaparelhada”, disse, acrescentando que não iria “aceitar essa tragédia” na vida dele.

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