Lula sinaliza a aliados que pode romper politicamente com Maduro se Venezuela invadir Guiana
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse a aliados ouvidos pela reportagem que está cada vez mais decepcionado com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e sinalizou que pode romper politicamente com o líder do país vizinho caso se confirme a invasão da região guianense de Essequibo, que corresponde a 70% do território.
Em conversas reservadas, Lula tem relembrado com saudosismo a amizade que tinha com o ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013, e dito que não tem a mesma relação com o atual presidente.
O presidente brasileiro, segundo fontes próximas, estaria “menos cético” que o Itamaraty sobre a possibilidade de uma guerra na região e lamentou que Maduro tenha “explodido” o esforço brasileiro para normalizar as eleições do ano que vem na Venezuela e assim tirar o país do isolamento.
Se o presidente da Venezuela avançar com seus planos bélicos na região da Guiana, o Brasil vai responder de forma dura.
O país, no entanto, ainda aposta na via da negociação. Na terça-feira (5), o chanceler Mauro Vieira conversou com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, e na quarta (6), com Yvan Gil, ministro venezuelano das Relações Exteriores.
Nesta sexta-feira (8), o Brasil conquistou o apoio do México. A secretária de Relações Exteriores do México, Alicia Barcena, afirmou que seu país estava se “somando” à iniciativa de Lula para que a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) “fomente o diálogo” entre os dois países “a fim de encontrar uma solução pacífica”.
Os recados diplomáticos brasileiros, no entanto, são todos de reprimenda à Venezuela. Na declaração de quinta-feira do Mercosul, o bloco criticou “atitudes unilaterais”, que, na visão do Brasil, até agora, foram tomadas apenas pela Venezuela.
O trecho do documento em que ambos os países são “estimulados ao diálogo” não deve ser visto como crítica ao Guiana, explicam diplomatas. Para o Brasil, os guianeses apenas buscaram apoio internacional ao recorrer aos Estados Unidos, embora o país veja com muita preocupação a presença militar americana na região.
Com informações da CNN
https://oanalitico.com.br/destaques/2023/12/08/maduro-recorre-a-putin-e-vai-a-moscou-em-meio-a-crise-com-guiana-e-estados-unidos/
https://oanalitico.com.br/destaques/2023/12/08/conselho-de-seguranca-da-onu-se-reune-nesta-sexta-para-discutir-conflito-entre-venezuela-e-guiana/
https://oanalitico.com.br/destaques/2023/12/07/lula-quer-mediar-crise-entre-guiana-e-venezuela-para-evitar-presenca-dos-eua-na-regiao/
https://oanalitico.com.br/destaques/2023/12/07/lula-me-garantiu-que-o-brasil-nos-apoia-fortemente-diz-presidente-da-guiana/
