Dia Estadual das Línguas Maternas ajuda a preservar cultura indígena e valorizar povos originários em Roraima

Para preservar e valorizar a tradição dos povos originários do Estado, a Assembleia Legislativa de Roraima aprovou a Lei nº 1.782/2023, que cria o Dia Estadual da Língua Materna e das Culturas Locais, comemorado anualmente em 21 de fevereiro.
Valorizar a língua materna e os dialetos é essencial para preservar a cultura de um povo. Isso é especialmente importante para os povos indígenas, que, ao longo dos anos, vêm perdendo o hábito de falar seus próprios idiomas. Roraima é um dos cinco estados do Brasil que tem a maior população indígena do país, de acordo com dados do último censo realizado em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2018, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) indicou a existência de 11 etnias em Roraima: Makuxi, Wapixana, Jaricuna, Taulipáng, Ingarikó, Waimiri Atroari, Mawayána, Yanomami, Wai-Wai, Karafawyana e Katuena.
Movimento indígena
A educação escolar indígena no Estado alcançou um marco em 2001, quando a Universidade Federal de Roraima (UFRR) criou o primeiro curso do Brasil voltado especificamente para a formação de educadores indígenas. Desde então, por meio do Instituto Insikiran, mais de 400 profissionais já se formaram. A educação superior desempenha um papel fundamental na valorização da educação dos povos tradicionais e na preservação cultural, como destaca a professora universitária Marina Cunha.
Roraima conta com mais de 260 escolas estaduais indígenas, e, em 2022, a Secretaria Estadual de Educação (Seed) realizou um concurso exclusivo para professores indígenas.
Reconhecimento internacional
O 21 de fevereiro marca também a celebração do Dia Internacional da Língua Materna. A data foi criada pela Unesco, em 1999, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, e tem como objetivo principal conscientizar a população mundial sobre a importância de valorizar as línguas e idiomas dos povos tradicionais.