Com lápis e tinta na mão, aulas de graffiti estimulam criatividade de jovens e adultos
Aulas teóricas e práticas compõem o curso gratuito de graffiti ofertado nesta semana pela Escolegis, da Assembleia Legislativa de Roraima, para jovens e adultos no Polo Vila Jardim, localizado no bairro Cidade Satélite, zona Oeste de Boa Vista. As aulas se encerram nesta quinta-feira (20), com a participação de mais de 30 alunos.
Aos 59 anos, Antônio Costa encontrou uma terapia. Viúvo recente, buscou no graffiti uma forma de reorganizar os pensamentos.
“É um curso de comunicação. Desde a pré-história, o ser humano já deixava seu rastro nas paredes”, exemplificou Costa. Atento a cada explicação do professor Ricks, para ele o graffiti é uma forma de se expressar e colocar para fora os sentimentos.
Costa espera que mais oportunidades como esta sejam oferecidas aos mais jovens. “Esse tipo de ação, se for mais incentivada pelos nossos gestores públicos, dará aos mais novos um direcionamento para a vida”, acrescentou.
A variedade de idades torna a turma especial. São gerações distintas, com o mesmo objetivo: aprender e levar conhecimento adiante. A estudante Giselis Campos tem 16 anos e gostou de se encontrar nessa arte. “O desenho é como um descobrimento da mente, eu me desconecto do mundo”.
Por quatro dias, o professor Ricardo Aguiar, conhecido no mundo do graffiti como Ricks, mostrou à turma conceitos, técnicas e composição da tinta utilizada. Foram dois ambientes: a classe tradicional e um painel ao ar livre.
“A sala de aula tem de ser um local para eles criarem e desenharem. O segundo ambiente precisa ser aberto pelo contato com a tinta. Eles passam a ter mais vivência com o produto e a dinâmica com os painéis.”
A arte de rua era vista com preconceito pela sociedade. Mas foi na década de 1980, com a explosão do movimento Hip Hop, que o graffiti ganhou mais visibilidade e passou a transformar muros em painéis de obra de arte.
