Terra Yanomami: 327 acampamentos e 24 aeronaves de garimpeiros são destruídos em três meses

Terra Yanomami: 327 acampamentos e 24 aeronaves de garimpeiros são destruídos em três meses
Em um trimestre de operações, PF prendeu 43 pessoas, das quais 34 foram em flagrante – Foto: Divulgação

Dados do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), divulgados nesta terça-feira (16), mostram que pelo menos 327 acampamentos, 24 aeronaves, 26 embarcações e 24 balsas foram destruídos em três meses de operações contra o garimpo ilegal na Terra Yanomami.

Houve ainda a destruição de 230 motores, 74 geradores de energia e a apreensão de 35.272 toneladas de cassiterita, quase 27 mil litros de combustível, geradores de energia, maquinário para extração de minérios, motosserra, mercúrio, modens de internet via satélite, celulares, uma tonelada de alimentos e armas.

A operação do Ibama, iniciada em 6 de fevereiro, é uma das duas que ocorrem na Terra Yanomami. Já a “Libertação”, foi deflagrada pela Polícia Federal quatro dias depois. Embora iniciadas em datas diferentes, ambas fazem parte de uma força-tarefa dos órgãos de segurança.

Em um trimestre de operações, a PF prendeu 43 pessoas, das quais 34 foram em flagrante, e apreendeu duas aeronaves, 19 armas de fogo, mais de 6,5 mil litros de combustíveis – gasolina e óleo diesel -, 8 embarcações e 124 celulares.

Operação do Ibama, iniciada em 6 de fevereiro, é uma das duas que ocorrem na Terra Yanomami. Já a ‘Libertação’, foi deflagrada pela Polícia Federal quatro dias depois – Foto: Divulgação

Maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami enfrenta uma crise sanitária e humanitária sem precedentes, com graves casos de indígenas com malária e desnutrição severa – problemas agravados pelo avanço de garimpos ilegais nos últimos quatro anos.

Desde 20 de janeiro, a área está em emergência de saúde pública. O governo federal tenta acabar com a crise enviando profissionais de saúde, cestas básicas e atua para retirar todos os garimpeiros do local. Agentes do Ibama, Polícia Federal, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal integram as operações contra a garimpagem.

Tiroteio

Na madrugada de segunda-feira (15), garimpeiros atacaram o posto de fiscalização no rio Uraricoera, em frente à Comunidade Palimiú, na Terra Yanomami. Houve intensa troca de tiros entre agentes da Força Nacional de Segurança e os invasores, que arrebentaram o cabo de aço usado pela equipe com o objetivo de parar embarcações usadas no garimpo ilegal.

Os tiroteios duraram cerca de dez minutos. Por volta das 4h da manhã de segunda, os garimpeiros conseguiram furar o bloqueio fluvial. Ao passarem pelo posto em três embarcações com pilotos e uma sendo rebocada, houve mais um confronto. Eles investiram contra os policiais que estavam às margens do Uraricoera e ajudavam na manutenção da barreira.

O posto em Palimiú foi ativado pela Força Nacional em fevereiro deste ano, período em que as forças de segurança conseguiram resgatar uma adolescente de 15 anos que seria levada para exploração sexual na área de garimpo.

 

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Por Redação

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