Vice-presidente afirma ser contra novas demarcações de terras e ampliação de reservas ambientais em Roraima
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou durante reunião com parlamentares de Roraima, nesta terça-feira (20), ser contra novas demarcações de terras no Estado.
Segundo o presidente da Assembleia Legislativa (ALE-RR), Soldado Sampaio (Republicanos), a afirmação foi feita após a comitiva roraimense colocar em pauta a possibilidade de novas demarcações de reservas indígenas e áreas ambientais, além da ampliação de parques nacionais.
“Ele [Alckmin] reconhece o quanto Roraima já contribuiu para a preservação de áreas no país. São quase 75% do território em áreas preservadas. O vice-presidente foi muito categórico em dizer que não concorda com nenhuma ampliação ou demarcação a mais”, disse Sampaio.
O presidente da ALE-RR acrescentou ainda que a população precisa ser ouvida sobre qualquer tipo de demarcação, o que não ocorreu.
“Roraima não precisa disso, muito menos que seja feito sem qualquer tipo de discussão. Saímos daqui satisfeitos com o posicionamento do vice-presidente e pedimos o apoio dele para convencer o presidente Lula [PT] a encarar esse tema com a relevância que ele merece”, destacou.
O senador Dr. Hiran (Progressistas) acredita que Alckmin será parceiro da bancada federal na luta contra novas demarcações.
“A meu ver, a coisa mais importante que aconteceu nessa reunião foi o pedido de que o governo brasileiro não amplie as reservas ambientais e não demarque mais áreas indígenas no nosso Estado. Foi uma conversa extremamente positiva porque o vice-presidente concorda conosco”, acrescentou.
Os deputados estaduais Marcos Jorge (Republicanos), Catarina Guerra (União) e Gabriel Picanço (Republicanos) e os federais Albuquerque (Republicanos) e Gabriel Mota (Republicanos) também acompanharam o encontro, além dos senadores Mecias de Jesus (Republicanos) e Chico Rodrigues (PSB).
Em fevereiro deste ano, o Ministério dos Povos Indígenas anunciou o objetivo de demarcar novas áreas no Brasil. Em maio, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) oficializou o governo de Roraima sobre a criação e ampliação de Unidades de Conservação Federais no Estado, com o intuito de contribuir para a preservação do patrimônio ambiental e desenvolvimento de bases sustentáveis de cada região.
No documento, o MMA afirma ter havido estudos e consultas públicas do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) sobre o assunto, mas em manifestação ocorrida na BR-174, em 9 de junho, os moradores do entorno do Parque Nacional do Viruá negaram qualquer tipo de discussão sobre o tema.
Atualmente, o Parque Nacional do Viruá tem 227.011 hectares, e a proposta do ministério é ampliar para 285.800 hectares. Além dessa ampliação, o governo federal pretende aumentar a Estação Ecológica de Maracá, situada nos municípios de Alto Alegre e Amajari, e criar a Floresta Nacional do Parima, em Amajari.
A ampliação dessas áreas para o domínio da União foi motivo de manifestação da Assembleia Legislativa de Roraima com publicação de Moção de Protesto nº 009/2023 assinada pela maioria dos parlamentares estaduais.
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