Quase 14 mil doações de sangue foram feitas em Roraima em 2022, mas número é inferior ao de doadores cadastrados

Quase 14 mil doações de sangue foram feitas em Roraima em 2022, mas número é inferior ao de doadores cadastrados
Urgências e emergências, cirurgias de grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas frequentemente necessitam de transfusão sanguínea – Foto: Divulgação/Hemoraima

De acordo com informações do Ministério da Saúde divulgadas nesta quinta-feira (22), aproximadamente 4% da população brasileira doa sangue, o que representa 14 pessoas a cada mil habitantes e um total de 3.159.774 milhões de doações por ano no Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados de 2022. Em Roraima, ano passado, houve 13.830.

Embora haja um cadastro de doadores no Hemocentro de Roraima (Hemoraima) há 20 anos, a quantidade de doadores ativos é muito pequena em comparação com o número total de cadastrados, que ultrapassa 20 mil pessoas. De acordo com a enfermeira do setor de captação dos doadores da instituição, Liliana Bezerra, um dos grandes gargalos são os suprimentos dos estoques para cirurgias eletivas.

“Muitas pessoas vão para procedimentos cirúrgicos sabendo que vão precisar de sangue, mas as famílias não se mobilizam. Isso é muito grave, pois, à medida que você vai retirando sangue, isso faz com que em algum momento falte para alguém. Então, não levantamos a bandeira no hemocentro, pois se o sangue não chegar àquela pessoa, ela ficará ali, precisando e com seu quadro de saúde piorando.”

Urgências e emergências, cirurgias de grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas frequentemente necessitam de transfusão sanguínea.

Além do baixo engajamento familiar e do alto número de inativos, a enfermeira aponta que falta apoio logístico para encurtar o caminho da doação. Para sanar a lacuna, ela sugere a criação de leis que beneficiem o transporte dos doadores, reduzindo o custo do combustível ou facilitando o acesso ao local.

“Temos casos de doadores que vêm por conta própria e situações em que o doador não consegue chegar ao hemocentro no dia em que é acionado. Existem várias realidades e incentivos que podem ser oferecidos aos doadores, além de outras ações que os favoreçam”, salientou.

Ela ainda aventa ser necessário propor incentivos não apenas para a pessoa a se tornar doadora, mas para continuar doando ao longo do ano, a exemplo de uma iniciativa da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) que autorizou a liberação do ponto no trabalho para cada doação realizada, não se limitando a uma vez por ano, como previsto na lei federal.

“Isso ajudou muito, pois tínhamos doadores eletivos que não conseguiam abonar o ponto. Agora, já conseguimos, não apenas em uma doação. Isso melhorou e favoreceu bastante. É por meio de leis como essas que o doador se sente valorizado e permanece engajado”, avaliou.

Campanha

Com a mensagem “Quando você doa sangue ajuda a salvar muitas vidas, doe sangue regularmente”, o Ministério da Saúde lançou uma campanha para conscientizar sobre a importância da doação.

Cada doação pode ajudar a salvar até quatro vidas Foto: Marley Lima/SupCom/ALE-RR

A pasta também alerta que, nesta época do ano, costuma ocorrer uma baixa nos estoques de sangue, devido à proximidade das férias escolares, além da mudança de estação, com a chegada do inverno.

Apesar dos números, o percentual de doadores (1,4%) significa que o Brasil está dentro da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que 1% a 3% da população de cada país deve ser doadora.

No entanto, o Ministério da Saúde reforça a importância de aumentar o número de doadores para manter regulares os estoques de todo o país, sem risco de desabastecimento. Cada doação pode ajudar a salvar até quatro vidas.

O Brasil possui 2.097 serviços de hemoterapia (coleta, hemocentros, hemonúcleos, unidades de coleta e transfusão, agências transfusionais).

Uma das estratégias da Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados é o fortalecimento das estruturas de serviços, como a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás).

Tipos de doadores

Os centros de captação de sangue possuem três tipos de doadores. Os de reposição ajudam as pessoas que se submetem a cirurgias, ou seja, repõem o sangue do paciente durante procedimentos médicos. Em média, se reservam três bolsas de sangue para uma cirurgia de grande porte. Os doadores de campanha, geralmente, são atraídos por ações alusivas e os voluntários cadastrados nos centros.

Hemocentro de Roraima

O Hemoraima funciona na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, 3418, bairro Aeroporto, Boa Vista. A coleta de sangue ocorre de segunda a sexta-feira, com horário diferenciado. Para os de primeira viagem, o período é das 7h30 às 11h00 e das 13h30 às 17h; os regulares, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30.

Hemoraima funciona na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, 3418, bairro Aeroporto, Boa Vista Foto: Marley Lima/SupCom/ALE-RR

“Como não é um doador frequente, é a primeira vez, a gente não sabe se vai ter intercorrência, por isso colocamos esse limite de tempo, né, do finalzinho do expediente, para que a pessoa possa ficar mais tempo e possamos dar uma atenção melhor para essa pessoa”, esclareceu a enfermeira do setor de captação.

A população também pode tirar dúvidas sobre procedimentos, critérios de doação, impedimentos temporários e permanentes por meio do telefone (95) 98400-9593.

Veja os principais critérios para doação de sangue:

– ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 precisam da presença do pai ou da mãe ou responsável legal);

– doadores de primeira vez devem estar na faixa etária entre 16 e 59 anos;

– deve estar em boa saúde;

– pesar mais de 50 quilos;

– estar alimentado. Evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação de sangue;

– ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas;

– grávidas e diabéticos não podem doar sangue;

– não ingerir álcool até 12h antes da doação;

– cirurgias, piercings, tatuagem, endoscopia e colonoscopia inapta o doador por seis meses;

– quadro gripal ou alérgico, aguardar passar a crise e doar após duas semanas sem sintomas;

– a frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três para as mulheres;

O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

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Por Redação

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