Avanço do desmatamento, garimpos e conflitos fundiários fazem aumentar mortes violentas na Amazônia Legal

Avanço do desmatamento, garimpos e conflitos fundiários fazem aumentar mortes violentas na Amazônia Legal
Em Roraima, foram 194 mortes violentas, com uma taxa de 30,5 por 100 mil habitantes, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública – Imagem: Reprodução/Exame

O Brasil teve queda de 2,4% no número de mortes violentas em 2022, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados nesta quinta-feira (20), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foram 47,5 mil mortes no ano passado contra 48,4 mil em 2021. Em Roraima, foram 194 mortes violentas, com uma taxa de 30,5 por 100 mil habitantes.

A taxa de mortalidade no país ficou em 23,4 por grupo de 100 mil habitantes. Com o resultado, o país atingiu o patamar mais baixo desde 2011, primeiro ano da série histórica monitorada pelo fórum.

Por outro lado, a Amazônia Legal – que agrega Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, e a Amazônia Oriental, composta, por exclusão, pelos estados do Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso – tem sofrido com o aumento da violência.

Considerada estratégica pelo crime organizado pela proximidade com os principais produtores de cocaína do mundo (Bolívia, Peru e Colômbia) e com uma área de difícil fiscalização, a região passou a ser disputada por diferentes grupos criminosos.

Dois fatores podem explicar o crescimento da violência letal na região da Amazônia Legal, segundo os pesquisadores: a intensa presença de facções do crime organizado e de disputas entre elas pelas rotas nacionais e transnacionais de drogas que cruzam a região, e o avanço do desmatamento, garimpos ilegais e a intensificação de conflitos fundiários, que resultam também no crescimento da violência letal.

Os dados se baseiam em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da área da segurança pública. O anuário é realizado desde 2007 e passou a fazer a série de homicídios a partir de 2011. A publicação é considerada uma importante ferramenta para a transparência e a prestação de contas na área.

Qual o estado mais violento do Brasil?

O estado mais violento do país em 2022 foi o Amapá, com taxa de mortes violentas de 50,6 por 100 mil habitantes – mais do que o dobro da média nacional. O segundo mais letal foi a Bahia, com taxa de 47,1 por 100 mil habitantes. Na terceira posição, está o Amazonas, com 38,8 por 100 mil habitantes.

No outro extremo, as unidades da federação com as menores taxas de violência letal foram São Paulo, com 8,4 mortes por 100 mil habitantes; Santa Catarina, com 9,1 por 100 mil; e Distrito Federal, com taxa de 11,3. Ao todo, 20 estados registraram taxas de mortes violentas acima da média nacional.

As armas de fogo seguem como o principal instrumento utilizado para matar no Brasil. Segundo o documento, 76,5% dos homicídios foram praticados com uso de revólver. Para além das armas, 37,1% das mortes derivadas de lesões corporais foram provocadas por agressões, enforcamentos e sufocamentos.

O que o anuário mostra sobre a violência no Brasil?

Houve 47.508 mortes violentas em 2022, uma queda de 2,4% em relação a 2021, quando foram registrados 48.431 assassinatos;

as regiões Sul e Centro-Oeste foram as únicas que apresentaram alta de mortes violentas no período;

Amapá tem a maior taxa do país, com 50,6 mortes por 100 mil habitantes;

Acre e Amapá foram os estados com maiores aumentos entre 2021 e 2022, 21% e 18,9%, respectivamente.

Com informações de Exame

https://oanalitico.com.br/destaques/2023/07/02/pcc-e-cv-impulsionam-desmatamento-na-amazonia-faccao-paulista-atua-como-sindica-do-garimpo-na-terra-yanomami/

https://oanalitico.com.br/policia/2023/06/19/pcc-divide-roraima-em-19-regionais-para-controlar-trafico-de-drogas-5-delas-estao-concentradas-em-boa-vista/

https://oanalitico.com.br/policia/2023/05/01/garimpeiro-morto-em-confronto-com-prf-e-ibama-na-terra-yanomami-era-chefe-de-faccao-e-foragido/

Por Redação

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