Empresário suspeito de corrupção na compra de oxigênio para indígenas se entrega à Polícia Federal em Roraima

Empresário suspeito de corrupção na compra de oxigênio para indígenas se entrega à Polícia Federal em Roraima
Roger Pimentel era considerado foragido da Justiça desde 6 de setembro, quando foi deflagrada a Operação Hipóxia – Foto: Redes sociais

O empresário Roger Henrique Pimentel, dono da empresa Balme Empreendimentos Ltda, se apresentou neste domingo (10) na Polícia Federal em Roraima.

Ele era considerado foragido da Justiça desde 6 de setembro, quando a PF, Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF) deflagraram a Operação Hipóxia de combate à suspeita de fraude em licitação, superfaturamento e corrupção na compra de oxigênio para atender indígenas Yanomani doentes.

A Justiça decretou a prisão do empresário, mas no dia da operação ele não foi localizado em Roraima. Ordens de busca e apreensão foram cumpridas na casa e na sede da empresa dele, também em Boa Vista.

Segundo fontes, Roger Pimentel se entregou no aeroporto de Boa Vista. Ele foi retirado do avião e levado para a Superintendência da PF, onde deveria prestar depoimento, mas não respondeu às perguntas e ficou em silêncio.

Em audiência de custódia, a Justiça manteve a prisão preventiva do empresário e negou pedido da defesa para ele ser levado a um batalhão da Polícia Militar. Roger Henrique Pimentel foi conduzido para a Cadeia Pública de Boa Vista.

No momento da prisão, ele não apresentou o celular, dando a entender que deixou o aparelho em Brasília, segundo fontes, e entregou um aparelho comprado recentemente.

Fontes também confirmaram que ele estava viajando com a secretária de Saúde Roraima, Cecília Smith Lorenzon, e com o marido dela, Wilson Fernando Basso, que foi um dos alvos de busca e apreensão determinada pela Justiça. Há imagens dos três juntos no aeroporto de Brasília.

A força-tarefa federal continua as investigações para apurar mais detalhes do escândalo de desvio de dinheiro público na compra de oxigênio e sobre possíveis crimes de omissão de socorro e genocídio de indígenas.

Desvios de quase R$ 1 milhão

As investigações se iniciaram a partir de uma denúncia recebida pelo MPF. Com o apoio da CGU, foram identificadas várias irregularidades em uma contratação de serviços de recarga de oxigênio destinado aos Yanomami. Há indícios de direcionamento do resultado do certame, bem como atesto de notas fiscais fraudulentas. Os prejuízos aos cofres públicos chegam a quase R$ 1 milhão.

De acordo com as investigações, a suspeita é de que 89,89% do valor pago pelo oxigênio à empresa vencedora não tenha sido entregue ao órgão indigenista.

Pelo menos 4,5 mil recargas de 3 tamanhos de cilindros de oxigênio foram adquiridos ao longo de 2022, material que deveria ser distribuído para aldeias Yanomami a partir do polo de atendimento Surucucu, mas apenas 10% teriam de fato chegado aos indígenas, segundo a PF e o MPF.

https://oanalitico.com.br/policia/2023/09/06/pf-faz-operacao-contra-superfaturamento-de-oxigenio-para-indigenas-de-rr-marido-da-secretaria-de-saude-e-um-dos-alvos/

https://oanalitico.com.br/policia/2023/09/06/envolvidos-em-corrupcao-na-compra-de-oxigenio-para-indigenas-yanomami-foram-exonerados-na-gestao-bolsonaro-diz-ms/

Por Redação

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