Decreto presidencial estabelece comitê interministerial para atuar na proteção de terras indígenas

Decreto presidencial estabelece comitê interministerial para atuar na proteção de terras indígenas
Entre medidas previstas, estão elaboração de planos de desintrusão – que é a liberação das terras ocupadas por não indígenas –, e colaboração com autoridades policiais para enfrentamento das atividades criminosas – Foto: Agência Brasil

Com o objetivo de garantir aos povos originários o direito ao usufruto exclusivo de seus territórios, foi criado, nesta quarta-feira (13), o Comitê Interministerial de Desintrusão de Terras Indígenas. O decreto presidencial que estabelece a medida foi publicado no Diário Oficial da União.

O colegiado criado em abril, que atuava de forma consultiva, deu lugar a um comitê com maior capacidade deliberativa e com a responsabilidade de planejar, coordenar e atuar diretamente nas ações que protejam a integridade física das comunidades e lideranças e os territórios onde vivem.

Entre as medidas previstas estão, inclusive, a elaboração de planos de desintrusão – que é a liberação das terras ocupadas por não indígenas –, e colaboração com autoridades policiais e trabalho de inteligência no enfrentamento das atividades criminosas nas terras indígenas.

Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), 13,75% do território nacional é de usufruto de indígenas, distribuídos em 761 terras, das quais 475 são regularizadas, 8 já foram homologadas, 44 delimitadas, 73 declaradas e 137 estão em estudo. Há ainda outras 478 reivindicações, que deverão ser analisadas para que o processo de estudo tenha início.

A demarcação dessas terras é um direito previsto na Constituição Federal, que garante o usufruto exclusivo e a posse para que as comunidades indígenas possam preservar suas culturas, tradições, manter sua organização social, além de assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais existentes no território.

O comitê interministerial será coordenado pelo Ministério dos Povos Indígenas e terá representantes da Advocacia-Geral da União, Casa Civil, Ministério da Defesa, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e Secretaria-Geral da Presidência.

As reuniões interministeriais deverão acontecer a cada 15 dias e terão o apoio de um grupo técnico, que será composto por 20 representantes de outros ministérios e de instituições que atuam diretamente em ações ligadas ao território indígena do país, como a Funai, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Polícia Federal.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, a Associação Brasileira de Antropologia, Defensoria Pública da União e Ministério Público Federal também terão participação no corpo técnico, mas não terão direito a voto.

Com informações da Agência Brasil

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Por Redação

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