Força-tarefa do governo federal reduz em 80% área de garimpo ilegal no Território Indígena Yanomami, segundo Censipam
A área atingida pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY) foi reduzida em 78,51% este ano. Os dados são do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), do Ministério da Defesa. Nos primeiros nove meses de 2023, a região atingida pelo garimpo é de 214 hectares, enquanto, no mesmo período de 2022, eram 999 hectares.
A força-tarefa do governo federal para proteção dos indígenas ao norte do país se iniciou em janeiro deste ano e conta com a participação da Defesa, por meio das Forças Armadas, e de outros órgãos e agências federais.
A metodologia adotada no relatório apresenta confiabilidade acima de 95%, resultado do cruzamento dos dados de diversas fontes: a plataforma Brasil M.A.I.S (Meio Ambiente Integrado e Seguro), do Ministério da Justiça e Segurança Pública; a plataforma Terra Brasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); as constelações de satélites LandSat, Sentinel e CBERS; e imagens de aerolevantamento com apoio das Forças Armadas. A análise dos dados é realizada por equipe composta por geólogos, geógrafos, estatísticos e especialistas em sensoriamento remoto.
A redução de quase 80% na área atingida mostra que a presença de garimpeiros é, atualmente, residual (se mantém em pequenas áreas na região), apresentando, nos últimos cinco meses, variação média de quatro hectares. As maiores concentrações observadas no início do ano foram desmobilizadas.
Meio ambiente
Como resultado dos esforços conjuntos, é possível identificar que os principais rios da região – Uraricoera e Mucajaí – voltaram às suas cores naturais. O elemento químico mais comum usado por garimpeiros é o mercúrio. Além de ser responsável pela coloração amarelada nos rios, o metal líquido contamina a água e o solo, e afeta a alimentação dos Yanomami, baseada em atividades como caça, pesca, coleta de frutos e de raízes.
Força-tarefa
Desde janeiro deste ano, Forças Armadas, órgãos federais e agências integram a força-tarefa do governo federal para proteção dos indígenas ao Norte do país.
Atualmente, o Comando Conjunto Ágata Fronteira Norte, sob coordenação da pasta, soma esforços para prevenir e reprimir delitos transfronteiriços e ambientais na Terra Indígena Yanomami. A operação ocorre por meio de ações de patrulhamento; revista de pessoas, veículos terrestres, embarcações e aeronaves; e de prisões em flagrante delito.
Até o momento, já foram detidos 146 garimpeiros (todos submetidos a exame de higidez física e entregues à Superintendência da Polícia Federal) e apreendidos 40 toneladas de cassiterita, 1.675 gramas de ouro e 808 equipamentos, além da neutralização de acampamentos ilícitos na região da TIY. As ações são realizadas em coordenação com os órgãos de segurança pública.
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