Presidiária da Cadeia de Boa Vista é identificada como assassina de adolescente em ‘tribunal do crime’
A Delegacia Geral de Homicídios (DGH) esclareceu a autoria da morte da adolescente Laura Rosa Macêdo Marinho, de 16 anos, assassinada por integrantes de uma facção criminosa durante um “tribunal do crime”. Já presa na Cadeia Pública Feminina em decorrência de outros crimes, Raiana Costa de Souza, 41, foi qualificada e interrogada pela polícia, e teve formalizada a prisão pelo assassinato.
O mandado de prisão foi cumprido nesta segunda-feira (18) e nesta terça (19) ela passaria por audiência de custódia. A ação faz parte da Operação Paz, deflagrada pelo Ministério da Justiça.
O titular da DGH, Lurene Avelino, disse que, em 19 de agosto de 2019, Laura Marinho foi morta por integrantes de uma facção criminosa que atua em Roraima e seu corpo foi encontrado coberto por pedras, sem a cabeça e com sinais de tortura, no bairro João de Barro, em Boa vista.
As investigações apontaram para execução ocorrida durante um “tribunal do crime”, que é o julgamento de pessoas e decretação de morte ao arrepio da lei por integrantes de uma organização criminosa.
“Na época dos fatos, parte dos envolvidos foi presa em flagrante, sendo representado na Justiça pela prisão de Raiana, identificada até então apenas por seu apelido de batismo na facção”, esclareceu o delegado.
Lurene Avelino explica que o mandado de prisão da mulher foi expedido em 6 de setembro de 2019, mas se encontrava em aberto pelo fato de ela nunca ter sido identificada.
“A equipe da DGH realizou inúmeras diligências com o objetivo de identificar a mulher procurada apenas pelo apelido. Ontem [segunda-feira,18], as investigações apontaram quem era oficialmente a acusada procurada pela Polícia Civil e pela Justiça. Ela está recolhida na Cadeia Pública Feminina em decorrência de outros crimes. Desta forma, a última pessoa envolvida na morte da adolescente foi identificada e presa e, assim, a Polícia Civil conclui mais uma investigação”, disse o delegado.
Decapitação
Raiana Costa de Souza foi condenada em abril deste ano, a pedido do Ministério Público de Roraima (MPRR), por homicídio triplamente qualificado, além de sequestro, ocultação de cadáver, tortura, corrupção de menores e organização criminosa.
O crime ocorreu em outubro de 2019, quando Érika Samay Rodrigues foi sequestrada e assassinada. Segundo o MP, o assassinato foi premeditado a mando de uma facção criminosa, da qual Raiana e outros oito comparsas fazem parte.
A vítima foi levada pelos criminosos a três locais distintos na zona Oeste de Boa Vista, onde foi mantida em cativeiro e torturada até que fosse ordenada a sua morte por meio de decapitação.
Pouco mais de duas semanas depois do crime, policiais civis localizaram a ossada humana de Érika Samay Rodrigues da Silva no bairro João de Barro.
A Operação Paz é uma ação integrada entre as forças de segurança, lançada em 12 estados em 1° de setembro pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em Roraima, é coordenada pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e tem o objetivo de reduzir mortes violentas e cumprir mandados de prisão. O trabalho ocorre nos 15 municípios do Estado.
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