Indígenas recorrem à ONU após marco temporal avançar no Congresso

Indígenas recorrem à ONU após marco temporal avançar no Congresso
Apib e Conectas expressam preocupação com avanço do marco temporal, que, segundo organizações, é ‘incompatível com proteção das terras indígenas’ – Foto: Cláudio Reis/Estadão

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e a Conectas denunciaram às Organização das Nações Unidas (ONU) que os povos indígenas do país estão sofrendo violência. A denúncia cita principalmente o avanço do marco temporal.

A carta foi enviada ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. A ação ocorre após o Senado Federal ir na contramão do Supremo Tribunal Federal (STF) e aprovar o Projeto de Lei 2903/2023 sobre o marco temporal. O texto foi aprovado em sessão em plenário na quarta-feira (27).

De acordo com o projeto, serão consideradas terras indígenas apenas as que comprovadamente já eram ocupadas até 5 de outubro de 1988, quando ocorreu a promulgação da Constituição. A tese é reprovada pelo Ministério dos Povos Indígenas e por diversos representantes e lideranças dos indígenas do país.

Segundo o documento ao qual a reportagem teve acesso, a Apib e a Conectas expressam preocupação com o avanço do marco temporal, que, segundo as organizações, é “incompatível com a proteção das terras indígenas”.

“Pedimos também atenção internacional para que as autoridades brasileiras rejeitem a tese do marco temporal, que perpetua práticas racistas pelo Estado”, escreveram na carta.

Além da denúncia sobre o avanço do marco temporal, a Apib e a Conectas também informaram que o povo Guarani Mbya, da terra indígena do Jaraguá, em São Paulo, foi violentamente reprimido enquanto faziam um ato contra o projeto.

Segundo a carta, a polícia usou jatos d’água, bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha contra os indígenas. Além disso, citaram que bombas de efeito moral teriam sido disparadas contra escolas da comunidade.

“Solicitamos que a comunidade internacional inste o Estado brasileiro a responsabilizar os agentes envolvidos na repressão ao povo Guarani Mbya, a reparar danos individuais e coletivos e a desenvolver um protocolo de atuação das forças policiais com relação aos povos indígenas e seus territórios”, escreveram.

O episódio ocorreu em maio deste ano, quando os indígenas bloquearam a Rodovia dos Bandeirantes e foram dispersados pela Polícia Militar.

Com informações da CNN

https://oanalitico.com.br/destaques/2023/09/30/ministerio-afirma-que-marco-temporal-e-atentado-contra-direitos-dos-povos-indigenas/

https://oanalitico.com.br/politica/2023/09/28/lula-diz-a-senadores-governistas-que-vetara-marco-temporal-do-congresso-oposicao-deve-aceitar-trechos-do-veto/

https://oanalitico.com.br/uncategorized/2023/09/28/supremo-conclui-julgamento-do-marco-temporal-e-define-indenizacao-para-ocupantes-de-boa-fe-em-terras-indigenas/

https://oanalitico.com.br/destaques/2023/09/28/senado-aprova-projeto-de-lei-do-marco-temporal-para-demarcacao-de-terras-indigenas-por-43-votos-a-21/

Por Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *