ALE-RR pede prisão de Jalser Renier após agressões a deputado: ‘potencial violento e comportamento antissocial’

ALE-RR pede prisão de Jalser Renier após agressões a deputado: ‘potencial violento e comportamento antissocial’
Em outubro de 2021, o ex-deputado chegou a ser preso por suspeita de ser mandante do sequestro de Romano dos Anjos, mas foi liberado em seguida por decisão do Superior Tribunal de Justiça – Foto: Reprodução/Redes sociais

A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) solicitou a prisão do ex-deputado Jalser Renier após ele agredir com cadeiradas o parlamentar Jorge Everton (União Brasil) em uma pizzaria de Boa Vista na noite de terça-feira (5) e fazer ameaças ao presidente do Poder Legislativo, Soldado Sampaio (Solidariedade).

O Ato nº 024/2023, da Mesa Diretora da Casa, foi publicado no Diário Oficial do Poder Legislativo desta segunda-feira (10). Segundo a ALE-RR, o pedido tem como objetivo “garantir o livre exercício e as prerrogativas constitucionais ao mandato parlamentar” e leva em consideração “as ameaças e atos atentatórios proferidos pelo ex-deputado nos termos do art. 20, XV, do Regimento Interno”.

Uma das medidas adotadas, conforme o ato da Mesa Direta, deve ser a prisão preventiva de Jalser Renier, “considerando a gravidade das ameaças e a necessidade de proteger a segurança dos parlamentares”.

Além disso, o ex-deputado deve ser proibido de frequentar a sede da ALE-RR e demais prédios do Poder Legislativo, a fim de preservar a ordem e evitar possíveis confrontos ou situação de risco, e não se aproximar ou manter qualquer tipo de contato, inclusive pelas redes sociais, com os deputados Jorge Everton e Soldado Sampaio, bem como demais testemunhas envolvidas no processo relacionado ao sequestro do jornalista Romano dos Anjos, ocorrido em outubro de 2020.

A Casa afirma que, “em razão de exposições do seu potencial violento e comportamento antissocial, por meio de lives e manifestações em redes sociais”, deve-se conceder medida cautelar contra Jalser Renier para impedir que ele cometa novos ataques.

O ato da Mesa Diretora da ALE-RR aciona a Procuradoria-Geral da Casa para que, “no cumprimento de seus deveres e atribuições institucionais, adote todas as medidas cabíveis, nos termos legais e constitucionais, para garantir a defesa do livre exercício, da integridade física e moral e das prerrogativas constitucionais ao mandato parlamentar”.

Mandante de crime

Em 2021, o Ministério Público de Roraima (MPRR) denunciou que Jalser Renier, quando era presidente da ALE-RR, foi o idealizador, criador e responsável por uma organização criminosa, formada dentro da Casa, para a prática de diversos crimes, tendo como membros policiais militares lotados no órgão legislativo.

O MPRR atribuiu a Renier os crimes de violação de domicílio qualificado, cárcere privado e sequestro qualificado, roubo majorado, dano qualificado, constituição de milícia privada, organização criminosa, tortura qualificada e obstrução de justiça.

Jalser virou réu pelo sequestro do jornalista, com os demais envolvidos, em junho de 2022. Em julho do mesmo ano, o MP pediu novamente a prisão do ex-parlamentar, mas até o momento não houve decisão – Foto: Arquivo pessoal

Em outubro de 2021, o ex-deputado chegou a ser preso por suspeita de ser o mandante do sequestro de Romano dos Anjos, mas foi liberado em seguida por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Esta não foi a primeira prisão de Jalser. Apelidado de “Menino de Ouro” após ter uma ascensão meteórica na vida política em Roraima, ele foi eleito pela primeira vez aos 21 anos, em 1994, ficando na Assembleia Legislativa por 27 anos, onde chegou a ocupar o cargo de presidente (2015-2021, janeiro) até ser cassado em fevereiro de 2022 por quebra de decoro parlamentar.

Ele virou réu pelo sequestro do jornalista, com os demais envolvidos, em junho de 2022. Em julho do mesmo ano, o MP pediu novamente a prisão do ex-parlamentar, mas até o momento não houve decisão.

A primeira prisão ocorreu em 2002 por envolvimento no caso de corrupção nacionalmente conhecido como “Escândalo dos Gafanhotos”, voltando a ser preso em 2016 pelo mesmo motivo, quando já era presidente da Assembleia Legislativa e estava no regime semiaberto.

Em 2019, ele foi alvo de duas operações policiais do MPRR, a “Cartas Marcadas” e a “Royal Flush”, que investigaram crimes de fraudes em processos licitatórios, contratos administrativos, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de justiça.

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Por Redação

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