ALE-RR promove campanha contra golpes financeiros e alerta para exploração patrimonial
Com o início de outubro, uma nova iniciativa da Assembleia Legislativa de Roraima entra em ação para proteger os idosos contra crimes patrimoniais. Por meio de lei, foi instituída a campanha de Combate aos Golpes Financeiros Praticados Contra os Idosos, realizada anualmente na primeira semana de outubro.
A iniciativa visa enfrentar a violência financeira ou patrimonial que ocorre tanto no âmbito familiar quanto comunitário. Esse tipo de abuso é caracterizado pela exploração ilegal dos recursos dos idosos, frequentemente praticada por familiares ou pessoas próximas. A campanha também orienta os cidadãos a ficarem atentos a sinais de exploração financeira e a denunciarem possíveis casos.
“O objetivo da campanha é desenvolver ações educativas para proteger as vítimas e incentivar a sociedade a participar do enfrentamento, auxílio e monitoramento das movimentações financeiras dos idosos, com foco na prevenção e repressão aos crimes de estelionato, além de proteger as vítimas de golpes financeiros”, afirmou o deputado Neto Loureiro, autor da lei.
Conforme dados do Procon Assembleia, os casos relacionados a esse tipo de crime têm se tornado cada vez mais comuns. Em 2023, foram registrados 408 atendimentos relacionados a golpes financeiros contra idosos. Até setembro deste ano, o número já foi superado, totalizando 500 atendimentos sobre crimes patrimoniais envolvendo essa parcela da população.
Esse é o caso da autônoma Gorete (nome fictício), de 61 anos. O desejo de sair do aluguel e ter a casa própria virou um grande problema, devido a um contrato indevido com uma empresa bancária de Boa Vista. A questão é que a idosa assinou a proposta de uma simulação de financiamento, entretanto a instituição financeira realizou um consórcio, modelo de contrato que a impede de adquirir o imóvel de forma imediata.
Um desses casos envolve a autônoma Gorete (nome fictício), de 61 anos. O sonho de sair do aluguel e ter a casa própria se transformou em um grande problema devido a um contrato indevido com uma instituição bancária em Boa Vista. Ela assinou o que pensava ser uma simulação de financiamento, mas o banco realizou um consórcio, impedindo-a de adquirir o imóvel de forma imediata.
“Isso se tornou um pesadelo. Busquei financiamento, concluí o processo, prometeram a casa em 20 ou 30 dias, mas não cumpriram. Quando tentei cancelar, disseram que perderia todo o dinheiro, alegando taxas e quebra de contrato. Procurei vários órgãos, inclusive o Procon Assembleia, que está me auxiliando nesse processo”, relatou a idosa.
Além da diferença no modelo contratual, Gorete aponta outro crime envolvido no golpe. “O que assinei era uma simulação, mas depois me entregaram um contrato diferente, com uma assinatura que não era a minha. Não me mostraram o documento antes e só percebi isso em casa, e depois não me deram explicações claras”, lamentou.