‘Além da Yanomami, temos 32 terras indígenas a serem desintrusadas’, diz ministra

‘Além da Yanomami, temos 32 terras indígenas a serem desintrusadas’, diz ministra
‘Com desintrusão, a gente consegue restaurar meio ambiente e devolve território para os povos’, afirma ministra – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O governo federal iniciou neste mês uma operação que consiste na retirada de não indígenas que ocupam irregularmente parte das terras Apyterewa e Trincheira Bacajá, localizadas no estado do Pará. Em entrevista à Voz do Brasil, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que as áreas contam, hoje, com cerca de duas mil pessoas vivendo irregularmente.

Segundo a ministra, residem nas terras 2.400 indígenas das etnias Parakanã, Mebengôkre Kayapó e Xikrim, distribuídos em 51 aldeias. Há também registros de indígenas isolados e de recente contato no território.

Com a reintegração da posse de um território indígena, além das terras, a operação também tem como objetivo a preservação da cultura e tradições dos povos originários. “A Trincheira Bacajá e Apyterewa são campeãs de desmatamento e exploração ilegal do garimpo. Com a desintrusão, a gente consegue fazer essa restauração do meio ambiente e devolve o território para os povos terem o usufruto conforme suas tradições e as suas iniciativas próprias”, disse a ministra.

“Não se pode permitir a prática de ilícitos dentro desses territórios. O que a gente vê é uma destruição absoluta, exploração ilegal, desmatamento, esses plantios de forma desenfreada que desmatam milhares de hectares, para dar lugar às monoculturas, aos garimpos. Traz um prejuízo enorme todo esse uso ilegal e predatório da terra, não só para os indígenas, mas para todo o meio ambiente e, consequentemente, para todas as pessoas”, acrescentou Sonia Guajajara.

As Forças de Segurança vão ficar na Região Norte por cerca de 90 dias. A ação envolve vários órgãos, entre eles, os ministérios dos Povos Indígenas, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), entre outros.

Durante a entrevista, a ministra fez também um balanço das desintrusões já realizadas neste ano, como na terra indígena Alto Rio Guamá e na TI Munducuru, ambas no Pará, além da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, no estado de Rondônia.

“Para além da Yanomami, nós temos uma lista de 32 terras indígenas a serem desintrusadas”, enfatizou Sônia Guajajara.

Como ocorreu no Alto Rio Guamá, equipes da Funai e da Força Nacional também permanecerão na região após a conclusão da operação, para impedir o retorno de invasores.

Com informações da Agência Gov

https://oanalitico.com.br/destaques/2023/09/23/barroso-pede-informacoes-a-uniao-sobre-medidas-de-protecao-aos-yanomami-que-estariam-sendo-descumpridas/

https://oanalitico.com.br/destaques/2023/09/13/decreto-presidencial-estabelece-comite-interministerial-para-atuar-na-protecao-de-terras-indigenas/

https://oanalitico.com.br/politica/2023/08/17/somos-atacadas-todos-os-dias-diz-sonia-guajajara-sobre-troca-ministerial-que-pode-retirar-mulheres-do-governo/

https://oanalitico.com.br/destaques/2023/07/12/garimpeiros-devem-ser-expulsos-da-terra-yanomami-ate-o-fim-do-ano-diz-ministra-ela-atribui-morte-de-crianca-a-invasores/

Por Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *