Funai desconhece pesquisa sobre abuso de meninas Yanomami e atribui aumento de garimpo à migração venezuelana

Funai desconhece pesquisa sobre abuso de meninas Yanomami e atribui aumento de garimpo à migração venezuelana

Em resposta ao relatório divulgado pela Hutukara Associação Yanomami (Hay), a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou, disse em nota desconhecer o estudo que apontou que garimpeiros exigem sexo com meninas e mulheres indígenas como moeda de troca por comida na Terra Yanomami e que não comenta dados extraoficiais.

Na nota, divulgada na noite de segunda-feira (11), a Funai atribuiu o aumento de garimpo à migração venezuelana. A explosão, segundo o órgão, seria devido ao aumento do número de garimpeiros venezuelanos na região, em razão do fluxo migratório de pessoas daquele país para o Brasil.

“Cabe lembrar que a mineração ilegal na Terra Indígena Yanomami é um problema crônico, sendo que a atual gestão da Funai tem trabalhado firmemente para resolvê-lo, bem como outros problemas que são fruto de décadas de fracasso da política indigenista brasileira que, no passado, era guiada por interesses escusos, falta de transparência e forte presença de organizações não-governamentais”, disse a Funai em uma nota divulgada.

Segundo o documento da Hutukara, com relatos de indígenas, pesquisadores e antropólogos, ao menos três adolescentes, de até 13 anos, ficaram doentes e morreram em 2020 após os abusos praticados pelos garimpeiros.

Na região do Rio Apiaú, os moradores contaram à Hutukara que um garimpeiro que explora a região ofereceu drogas e bebidas aos indígenas e, quando todos já estavam bêbados, estuprou uma das crianças da comunidade.

Há também a denúncia de um “casamento” arranjado de uma adolescente yanomami com um garimpeiro, com a promessa de pagamento de mercadoria, que nunca foi cumprida.

Ainda na nota, a Funai afirmou que atua em atividades de monitoramento territorial na Terra Indígena Yanomami por meio de cinco Bases de Proteção Etnoambiental (Bapes) na região: Serra da Estrutura, Walo Pali, Xexena, Ajarani e Korekorema.

As unidades são responsáveis por ações permanentes e contínuas de proteção, fiscalização e vigilância territorial. Além de coibição de ilícitos, controle de acesso, entre outras ações em conjunto com órgãos ambientais e de segurança pública competentes.

Por Redação

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