Governo cria plano para enfrentar estiagem e descarta risco de desabastecimento

Governo cria plano para enfrentar estiagem e descarta risco de desabastecimento
Mesmo com nível baixo do rio Branco, presidente da Caer ressaltou que, por enquanto, não há risco de desabastecimento em Boa Vista – Foto: Divulgação/Secom

O governo de Roraima apresentou nesta segunda-feira (16) a campanha “Verão Seguro”, operação executada de forma integrada entre secretarias, órgãos e autarquias estaduais em ações prévias e de resposta ao intenso período de estiagem no Estado.

Durante coletiva de imprensa no Palácio Senador Hélio Campos, o governador Antonio Denarium (PP) e a Defesa Civil Estadual explicaram que o Verão Seguro é um trabalho preventivo e conjunto, que envolve entidades no combate aos incêndios florestais, desmatamento ilegal e de sensibilização da população quanto à urgência de não provocar incêndios tanto em áreas rurais quanto em lotes urbanos.

“Nesse período, alguns agricultores começam a fazer a roça para o próximo plantio, acabam colocando fogo no mato seco que foi cortado e isso pode resultar em incêndio florestal. É o momento de estarmos alinhados entre todas as esferas de governo e instituições para que a gente possa evitar esses incêndios florestais no nosso Estado”, disse o governador, que ressaltou ainda que o Executivo estadual contratou 240 brigadistas para trabalhar no combate a incêndios florestais nos municípios de Roraima.

Para as medidas, o governo formou um gabinete de gestão conjunta que atua em frentes focais, além da permuta (substituição) quinzenal de agentes estaduais na operação Guardiões dos Biomas, coordenada pelo governo federal, nos municípios de Mucajaí, Iracema, Caracaraí, Cantá, Baliza, Rorainópolis, Alto Alegre e Amajari, que concentram maiores focos de calor e incidência de queimadas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Roraima, ao comparar os dados a partir de 2020, 2023 é o período com o maior número de incêndios em vegetação, com 786 ocorrências. A maior incidência deste ano são referentes a incêndios em terrenos baldios, com 475 ocorrências. O valor representa um aumento de 77,9% nos dados quando comparado com 2022, quando houve 267 registros.

“Por outro lado, com o período seco, as represas, igarapés e os rios também secam e a água para de correr. Isso impacta os pequenos produtores rurais, que sofrem mais. Por isso, o governo está preparado para escavar poços artesianos e cacimbas para não faltar água potável para o consumo humano nem para o de animais domésticos”, reforçou Denarium.

O governador detalhou ainda que a equipe orienta a todos os produtores rurais do Estado que não façam queimadas nas propriedades sem a devida licença ambiental da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh).

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros e coordenador estadual da Defesa Civil em Roraima, coronel Anderson Carvalho, detalhou que a iniciativa do governo já tem alguns meses de antecedência.

“Encaminhamos um expediente para a Secretaria de Licitação e Contratação para a abertura de processos relacionados ao problema da estiagem. Entre eles, a contratação de empresa para escavar poços artesianos, uma patrulha mecanizada para dar resposta também em caso de incêndios e construção de aceiros. Dentro do processo, teremos a quantidade adequada para a situação, e, se ela se intensificar, pode ser classificada como desastre e o número pode aumentar”, afirmou.

Além da prevenção de queimadas e combate aos efeitos da estiagem, o Verão Seguro atua na prevenção de afogamentos: o Corpo de Bombeiros Militar de Roraima destacou uma equipe da Companhia de Busca e Salvamento com embarcação e materiais de mergulho para atuar nas ocorrências nos fins de semana.

Sem risco de desabastecimento

De acordo com o diretor-presidente da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), James Serrador, apesar das chuvas recentes, o nível do rio Branco não aumentou, mas continua decrescente.

“Hoje [segunda-feira, 16], ele está com 0,91 negativo. Isso é mais de 10 centímetros menor em relação à sexta-feira [13 de outubro] e está decaindo rápido. O pior nível que a gente já teve do rio Branco foi 0,59 negativo em 2016”, afirmou Serrador.

Mesmo com o cenário, o presidente da Caer ressaltou que, por enquanto, não há risco de desabastecimento de água em Boa Vista.

“A Caer está preparada para fazer a captação submersa desde que o rio continue a pelo menos 30 centímetros negativos, e ele ainda está bastante positivo. No fim de setembro, também implantamos outra bomba de captação superficial. O que isso significa? Que 70% do sistema de abastecimento da capital é feito por captação submersa, que são bombas de grande dimensão no leito do rio”, relatou.

A bomba, segundo James, permanece sobre uma balsa e capta mais de 160 litros por segundo, o que gera aproximadamente 13 milhões de litros por dia. Em uma situação extrema da estiagem do rio, a empresa estatal tem condições de acoplar mais uma bomba de 300 cv ao flutuante para a adutora de 900 milímetros.

“É uma situação excepcional e esperamos que o rio não baixe tanto, mas a gente pensa nessa hipótese. E nas comunidades atendidas pela Caer, o governador determinou e já está em processo para a perfuração de 30 poços no interior e 20 na capital”, complementou.

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Por Redação

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