Governo cria programa de R$ 5 bilhões para ligar Amazônia ao resto do país com conexão de sistemas isolados
O governo federal criou neste mês o programa de descarbonização Energias da Amazônia, que prevê investimento de R$ 5 bilhões para conectar os sistemas isolados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O Decreto 11.648, que institui a iniciativa, foi publicado no Diário Oficial.
Entre as principais ações previstas no programa Energias da Amazônia, estão:
instalar redes de transmissão e distribuição de energia elétrica para interligar os sistemas isolados ao SIN;
construir usinas para gerar energia de fontes renováveis ou com combustíveis de baixo carbono, como biomassa, biocombustíveis líquidos, biogás e aproveitamento energético de resíduos;
criar capacidade de armazenamento de energia;
integrar diferentes localidades isoladas ou remotas;
instalar sistemas de gestão inteligente e digital de redes elétricas;
implementar projetos ou programas de redução de perdas, de eficiência energética e de resposta da demanda;
importar energia elétrica que reduza emissões de gases de efeito estufa ou custo;
treinar população local para instalar, operar e fazer manutenção de equipamentos para a geração das fontes renováveis e o armazenamento de energia elétrica.
Troca de fontes
Mais de 3,1 milhões de pessoas consomem energia dos sistemas isolados, que dependem da geração a diesel. Com a interligação com o SIN, a energia será gerada pelas fontes mais baratas e menos poluentes que compõem a matriz elétrica brasileira, como hídrica, térmica a gás natural, eólica e solar.
A primeira cidade conectada pelo programa foi Parintins, no Amazonas, onde houve o desligamento de uma termelétrica com consumo mensal de 4 milhões de litros de óleo diesel. O município amazonense foi conectado ao SIN do sistema elétrico brasileiro por meio do linhão de Tucuruí (PA).
Custo de R$ 12 bilhões por ano
Dados do Ministério de Minas e Energia mostram também que a Região Norte do Brasil consome cerca de R$ 12 bilhões por ano para atender ao suprimento de energia elétrica dos sistemas isolados da Amazônia.
De acordo com o ministério, as 211 unidades isoladas emitem cerca de 2,3 milhões de toneladas de CO2 anualmente, com base nos dados de geração de 2022. A expectativa do programa com a mudança é evitar cerca de 1,5 milhão de toneladas CO2 decorrentes da redução ou substituição do óleo diesel como principal fonte para a geração de energia elétrica na região Amazônica.
Os mais de 200 sistemas isolados da Amazônia Legal estão espalhados em seis estados do Norte. Todos têm um alto nível de perdas, com localidades chegando a mais de 70% de perdas. O Amazonas é o que concentra o maior número de sistemas isolados – são 97 no total.
Com informações da Agência EPBR
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