Helicópteros do Exército e da FAB resgatam seis indígenas com problemas de saúde na Terra Yanomami  

Helicópteros do Exército e da FAB resgatam seis indígenas com problemas de saúde na Terra Yanomami  
Desde o início do ano, as Forças Armadas atuam em território indígena de Roraima – Foto: Divulgação

Helicópteros do Exército e da Força Aérea Brasileira resgataram nesta semana seis indígenas que estavam com a saúde debilitada. Na segunda-feira (22), uma das aeronaves da FAB se deslocou de Boa Vista para a região de Surucucu, na Terra Yanomami, para socorrer duas pacientes com grave risco de morte.

Elas foram acomodadas no helicóptero, que tinha a bordo dois médicos e dois enfermeiros, retornando para Boa Vista, mesmo sob condições meteorológicas adversas, onde pousaram às 22h10 e foram encaminhadas para um hospital local.

Na quarta-feira (24), a aviação do Exército foi acionada para resgatar outros quatro indígenas. Eles foram transportados de Toxahipi e Xocori para Surucucu.

Há pouco mais de uma semana, uma mulher de 67 anos, da etnia Yanomami, moradora da Aldeia Parima, próximo à fronteira com a Venezuela, foi resgatada em um helicóptero da Marinha após apresentar desconforto respiratório e sintomas de tuberculose, anemia grave e malária. Ela foi levada para o posto da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) instalado no Polo Base de Surucucu. Outros quatro adultos e três crianças também foram transportados para receber atendimento médico.

Desde fevereiro, a unidade aérea tem sido destacada para atender à emergência em saúde pública, decretada pelo Ministério da Saúde em 20 de janeiro, devido à desassistência sanitária e nutricional dos povos que habitam o Território Indígena Yanomami.

A atuação das Forças Armadas na região é coordenada pelo Ministério da Defesa, por meio do Comando Operacional Conjunto Amazônia, e é composta por militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea.

Mais de 120 mortes

Nos quatro meses de operação de assistência ao povo Yanomami, pelo menos 122 mortes foram registradas na região, conforme dados do Ministério da Saúde. Do total de mortos, 45% são crianças de até 4 anos. As principais causas de óbito foram doenças infecciosas, como pneumonia, diarreia, malária e tuberculose, causas externas (homicídio e acidentes, por exemplo) e desnutrição. Mais de 40 mortes ocorreram em hospitais.

Maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, com graves casos de malária e desnutrição severa – problemas agravados pelo avanço de garimpos ilegais nos últimos quatro anos.

Desde 20 de janeiro, a área está em emergência de saúde pública. O governo federal tenta acabar com a crise enviando profissionais, cestas básicas e atua para retirar todos os garimpeiros do local. Agentes do Ibama, Polícia Federal, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal integram as operações contra a garimpagem.

Nesse período, mais de 20 mil cestas básicas foram entregues. Apesar dos esforços da União, a maior parte dos recursos ofertados aos Yanomami se dá por meio de doações.

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Por Redação

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