Milhares de brasileiros e venezuelanos fazem fila quilométrica para receber salsichas doadas por empresa impedida de exportar para Venezuela

Milhares de brasileiros e venezuelanos fazem fila quilométrica para receber salsichas doadas por empresa impedida de exportar para Venezuela
Tempo fechado não intimidou milhares de pessoas que estavam na fila para receber salsichas no Centro Cívico – Foto: Arquivo pessoal/Júnior Brasil

Milhares de brasileiros e venezuelanos formaram uma fila quilométrica nesta sexta-feira (16) na Praça do Centro Cívico, em Boa Vista, para receber toneladas de pacotes de salsichas doadas por uma empresa que está impossibilitada de exportar para a Venezuela após um boicote do país vizinho a gêneros alimentícios do Brasil. Há pelo menos 90 dias, caminhoneiros estão parados em Pacaraima, Norte de Roraima, muitos deles com cargas perecíveis.

A chuva não atrapalhou as pessoas que estavam em busca de comida. Para manter a organização e controlar o fluxo de veículos, policiais militares foram acionados. No fim da manhã, a fila estava em torno de toda a praça. Nenhum tumulto foi registrado.

Veja vídeo:

Nesta quinta (15), em virtude da situação dos caminhoneiros na fronteira, a Comissão de Relações Fronteiriças, Mercosul, de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação da Assembleia Legislativa (ALE-RR) se reuniu para tentar buscar apoio da bancada federal para mediação de diálogo com ministérios.

Toneladas de salsichas prestes a vencer foram distribuídas por empresa local – Foto: Arquivo pessoal/Júnior Brasil

Na pauta, os temas foram o impasse da travessia de carga pela fronteira do Brasil com a Venezuela, prejuízo dos empresários e a ameaça da queda de renda dos trabalhadores. Nesta semana, os caminhoneiros doaram parte da carga perecível em Pacaraima por medo de desperdício devido ao curto prazo de validade dos frios e embutidos.

“Temos em torno de 700 a 800 cargas que se encontram tumultuadas, com produtos vencendo, e, infelizmente, não estamos conseguindo a liberação para a Venezuela. Esses empresários estão desesperados. Motoristas estão há meses parados e estamos em busca de soluções”, adiantou o presidente da comissão.

Os parlamentares apresentaram sugestões de órgãos e autoridades para serem consultados na próxima semana, como a Receita Federal, Itamaraty e os ministérios da Indústria e Comércio, Economia e Justiça.

No fim da manhã, fila dava volta na praça – Foto: Arquivo pessoal/Júnior Brasil

O problema, segundo o presidente da comissão, surgiu com a mudança nos termos de importação e exportação por parte da Venezuela.

“Não é toda mercadoria brasileira, para deixar bem claro. É mais a linha de frios. Queremos que as autoridades venezuelanas nos digam o que o Brasil pode exportar. Mesmo diante da crise na Venezuela, o Brasil acolhe os imigrantes com dignidade. Dez carretas vencidas de frios equivalem a R$ 3 milhões, mas nós não falamos só de valores, também de empregos. Quando mandamos duas mil carretas para a Venezuela, se não resolvermos isso rápido, teremos dez mil demissões”, disse.

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Por Redação

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