MPF investiga denúncia de invasão de missionários de Roraima à terra indígena e pede providências à Polícia Federal

MPF investiga denúncia de invasão de missionários de Roraima à terra indígena e pede providências à Polícia Federal
Polícia Federal deve investigar denúncia enviado ao MPF – Foto: Divulgação/Ibama

O Ministério Público Federal (MPF) iniciou investigação para apurar denúncia enviada pela Coordenação da Frente de Proteção Etnoambiental Cuminapanema, órgão da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), noticiando que há a previsão da entrada não autorizada de missionários na Terra Indígena Zo’é na primeira semana de junho.

De acordo com o documento recebido pelo MPF, indígenas Tiriyó da Aldeia Boca do Marapi informaram que cerca de cinco ou seis missionários de Roraima, com alguns indígenas, dirigem-se ao rio Erepecuru para acessar a TI Zo’é nos próximos dias.

Responsável pelo caso, o procurador da República em Santarém/Itaituba, no Pará, Gustavo Alcântara, também requisitou ao Departamento de Polícia Federal em Santarém a instauração de inquérito policial para investigar a invasão, no prazo de 90 dias. Alcântara solicita ainda à Funai maior detalhamento sobre a identificação dos missionários, além da rota que estão utilizando para acessar a TI Zo’é.

Segundo o procurador da República, a invasão de terceiros interessados em realizar contato não autorizado e não desejado pelos indígenas foi fator central para a ocorrência de epidemias e genocídio desses povos. Ele cita, por exemplo, o caso recente da pandemia de covid-19, quando foram adotados diversos protocolos que estão sendo descumpridos colocando-os em risco.

“A possível investida por missionários, não autorizada pela Funai e pelos Zo’é, é elemento de altíssimo risco à integridade territorial e à saúde coletiva do grupo”, alerta.

TI Zo’é

Localizada no município de Óbidos (PA), a Terra Indígena Zo’é tem área de aproximadamente 671 mil hectares e foi homologada por decreto de dezembro de 2009.

Os Zo’é subdividem-se em quatro grupos locais (iwan), distribuídos em determinadas áreas territoriais, onde estão suas aldeias antigas e recentes e acampamentos. Constituem agregados de famílias extensas que ocupam aldeias próximas cuja composição sofre constantes alterações em função das alianças matrimoniais e das parcerias estabelecidas para ocupar novas áreas.

*Com informações do MPF

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Por Redação

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