Recordista de reclamações, Unimed é cobrada por deputados sobre falta de atendimento a pacientes com TEA

Recordista de reclamações, Unimed é cobrada por deputados sobre falta de atendimento a pacientes com TEA
Mesmo após reunião híbrida com advogado da empresa, não houve respostas sobre reclamações Foto: SupCom/ALE-RR

Após reunião híbrida da Comissão de Defesa do Direito do Consumidor e Contribuinte da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), na quarta-feira (31), em que a Unimed Fama não apresentou soluções sobre a falta de atendimento a pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Estado, novamente foi formalizado, nesta sexta (2), documento à cooperativa na tentativa de evitar que os usuários do serviço continuem sendo prejudicados.

“Depois de inúmeras reclamações de consumidores e notificações feitas pelo Procon Assembleia que ficaram sem resposta, nós convocamos a reunião realizada de forma on-line atendendo à solicitação da cooperativa, no entanto, os questionamentos feitos ao advogado da Unimed Fama [Yago Renan Licarião] não foram respondidos a contento. Decidimos oficiar novamente a cooperativa e estamos aguardando a resposta”, informou a presidente da Comissão de Direito do Consumidor e do órgão de defesa legislativo, deputada Tayla Peres (Republicanos).

Entre os questionamentos, a comissão quer saber como a Unimed justifica oferecer novos planos de saúde sem assegurar a qualidade do atendimento aos pacientes com TEA que já são clientes da operadora; se haverá ressarcimento aos usuários que tiveram que pagar por terapias eventualmente inviabilizadas aos pacientes em tratamento; e de que forma a operadora planeja restabelecer os serviços de assistência às crianças diagnosticadas com TEA, dada o grande fluxo de reclamações recebidas pelo Procon Assembleia.

De acordo com a diretora do órgão, Mileide Sobral, inúmeras famílias procuram o serviço de defesa legislativo relatando que estão sendo afetadas pela falta de atendimento, ocasionando prejuízos aos pacientes que ficam sem acesso às terapias ocupacionais, psicólogos, bem como outros tratamentos necessários para uma melhor qualidade de vida.

“Foram 19 reclamações contra a Unimed somente em maio deste ano e não conseguimos resposta aos ofícios encaminhados. Os planos são pagos, são comprovados os pagamentos. Há novas adesões e a operadora não informa a incapacidade de prestar o serviço, e aí surgem os prejuízos aos consumidores”, disse Sobral.

Federação das Unimeds da Amazônia – Unimed/Fama – é recordista de reclamações no Reclame AQUI – Foto: Divulgação

São consumidoras como Arlene Oliveira, que usou a rede social da presidente do Procon Assembleia com um pedido de socorro.

“Tantas crianças tendo seus direitos negados e não temos nenhuma autoridade que ponha um fim a essa situação que a Unimed Fama vem causando. Todas as crianças já têm uma liminar judicial que obriga o fornecimento e pagamento das terapias, mas, mesmo assim, eles deixaram de pagar. Estamos pedindo socorro, nos ajudem”, desabafou.

A Federação das Unimeds da Amazônia – Unimed/Fama – é recordista de reclamações no Reclame AQUI, plataforma especializada na solução de conflitos entre consumidores e empresas.

No site, que recebe diariamente milhares de acessos interessados na reputação das empresas e experiências de outros consumidores, a cooperativa Unimed Fama “não é recomendada, pois não responde a pelo menos 50% das reclamações recebidas”.

Entre os principais problemas relatados, estão dificuldade para agendamento de exames-consultas, demora para autorização de consultas, exames e cirurgias, reembolso de consulta-exame, mau atendimento e falta de cobertura de exames.

‘Impactos financeiros’

De acordo com o advogado da empresa, desde agosto de 2022, após a obrigação por parte de planos de saúde para cobertura de tratamentos de pacientes com TEA, a Unimed Fama tem sofrido “impactos” financeiros e dificuldades de encontrar profissionais específicos na região, garantiu que tem respondido às demandas direcionadas à empresa por parte dos órgãos de defesa do consumidor.

“Em menos de um ano, a Unimed teve que triplicar a capacidade de atendimentos”, disse Licarião. Segundo o advogado, o impacto no orçamento da empresa passou de R$ 600 mil para R$ 1,5 milhão por mês e, em setembro de 2022, foi inaugurado um centro integrado para atender a 60 pacientes com previsão de ampliação para 120 a partir de 10 de julho deste ano.

Sobre a quebra de contrato com clínicas, explicou que uma empresa deixou de atender os pacientes, mas para não os prejudicar, eles foram remanejados para outros locais para continuar o tratamento.

https://oanalitico.com.br/cidades/2023/03/29/centro-de-acolhimento-ao-autista-promove-oficinas-e-palestras-a-profissionais-da-educacao-municipal-de-iracema/

https://oanalitico.com.br/destaques/2023/06/01/uso-de-remedio-a-base-de-canabidiol-e-defendido-por-medicos-e-pacientes-durante-audiencia-publica-em-roraima/

https://oanalitico.com.br/cidades/2023/04/20/workshop-sobre-conscientizacao-do-autismo-sera-realizado-pela-ejurr/

https://oanalitico.com.br/politica/2022/05/17/projeto-da-assembleia-legislativa-cadastra-20-familias-em-primeira-semana-de-funcionamento/

Por Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *