Roraima atinge maior índice de focos de calor em 2024 no decorrer de permissões do governo para queimadas
Roraima atingiu nessa quinta-feira (22) 1.691 focos de calor em fevereiro e bateu o recorde de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1999. Em meio ao cenário, o Greenpeace alertou que o governo de Roraima liberou 55 licenças ambientais para queimadas, sendo responsável pelo aumento de focos, segundo a organização.
O número de focos de calor registrados até esta quinta-feira superam a marca de fevereiro de 2007, quando Roraima registrou 1.347 focos. Além disso, dos 10 municípios com o maior número de queimadas no mês de fevereiro, todos estão no estado. No interior, agricultores têm relatado prejuízos “incalculáveis” causados pelo fogo (veja relatos mais abaixo).
O Greenpeace Brasil teve acesso aos dados de licenças para queimadas em Roraima publicadas no Diário Oficial e constatou que no dia 9 de fevereiro foram publicadas 55 licenças para uso de fogo, sendo a maioria em área de pastagem. Dessas apenas duas foram revogadas, segundo dados publicados no Diário Oficial do Estado até o dia 22.
O ciclo de queimadas foi suspenso pelo governo nessa quarta-feira (21) por tempo indeterminado. No dia 16 de fevereiro, o calendário elaborado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente e Meios Hídricos (Femarh) havia sido prorrogado para até 9 de março em 12 municípios.
Atualmente, o estado enfrenta o período de seca, agravado pelo fenômeno El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico e freia a atuação de frentes frias no Brasil. Por conta disso, incêndios e queimadas tendem a se espalhar com facilidade. Para Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil, o governo estadual de Roraima é um dos responsáveis por esse aumento dos focos de calor na região.