Telmário Mota e demais envolvidos em assassinato vão ficar presos por pelo menos mais 30 dias

Suspeito de mandar assassinar Antônia Araújo de Souza, com quem teve uma filha, o ex-senador Telmário Mota deve passar pelo menos mais 30 dias na prisão. A determinação da Justiça de Roraima é desta quarta-feira (29). O ex-parlamentar está preso em Goiás há um mês.

Ney Mentira, sobrinho de Telmário, investigado por ter planejado a execução da vítima, e Leandro Conceição, apontado como o executor, também tiveram a prisão prorrogada por 30 dias, conforme solicitação da Polícia Civil à Justiça.

Cleidiane Gomes da Costa, assessora de Mota, também é investigada por participação no crime. Depois de prestar depoimento, a Justiça determinou que continuasse solta, mas usando tornozeleira eletrônica. De acordo com a polícia, ela monitorou Antônia e a filha dias antes do assassinato e passu informações sobre elas para o restante do grupo.

Telmário Mota é acusado de estuprar a filha que ele teve com Antônia em 2022, quando ela tinha 17 anos. A mãe da jovem foi morta três dias antes de depor como testemunha do caso. Em nota divulgada nas redes sociais, o ex-senador negou o crime e disse estar sendo vítima de perseguição de adversários políticos.

Em meados de novembro, a Justiça expediu um novo mandado de prisão para Telmário Mota, desta vez referente ao processo em que é suspeito de estuprar a filha de 17 anos.

Mota está preso desde o fim de outubro no presídio de Aparecida de Goiânia, em Goiás, e aguarda transferência para uma cadeia de Boa Vista, em Roraima.

Em nota, o advogado do ex-parlamentar disse que o novo mandado de prisão é “mais uma medida absurda e ilegal da Justiça”. Ele afirmou ainda que o juiz justificou que Telmário Mota teria entrado em contato com parentes da filha no dia do velório de Antônia, e que foi pedia uma ajuda financeira para o funeral dela, com o qual contribuiu.

Telmário foi preso em decorrência da Operação Caçada Real, que investiga o assassinato de Antônia Araújo, ocorrido em 29 de setembro.

Morte de Antônia Araújo

No início da manhã de 29 de setembro, Antônia Araújo, servidora do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Yek’uana (Dsei-YY), desde 2017, foi morta com um tiro na cabeça quando saía de casa, no bairro Senador Hélio Campos, zona oeste de Boa Vista.

Antônia estava dentro de um carro com um parente quando dois homens em uma moto chegaram e atiraram. Ela morreu no local.

Acusação de estupro

Em agosto de 2022, a filha de Telmário Mota e Antônia Araújo, com 17 anos na época, registrou um boletim de ocorrência contra o pai.

A garota afirmou que ele a assediou, tocou em suas partes íntimas e tentou arrancar as roupas dela, no Dia dos Pais, depois de ter sido forçada a entrar em um carro e tomar bebidas alcoólicas.

Na época, Telmário negou as acusações e afirmou se tratar de perseguição política.

Em 19 de outubro, Mota chegou a gravar um vídeo em que comentava rumores da operação de que ele seria alvo. Ele nega qualquer envolvimento com a morte de Antônia e alega perseguição política.

“Se querem colocar no meu colo o crime da Antônia, uma senhora com que tive uma relação há mais de 18 anos, isso não vai acontecer. Eu não matei a Antônia, não mandei matar, não sei quem matou e não sei se alguém mandou matar. Cabe à polícia descobrir. A nossa Polícia Civil tem excelente quadro humano, porém está desaparelhada”, disse, acrescentando que não iria “aceitar essa tragédia” na vida dele.

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